Nossas Riquezas Pretas de Juiz de Fora
Informação como Caminho da Transformação
Por Alexandre Müller Hill Maestrini
A honestidade intelectual e a empatia são alguns dos primeiros passos para dar visibilidade para aqueles que a sociedade sempre tentou tornar invisíveis. Assim nasceu a série Nossas Riquezas Pretas de Juiz de Fora que vai virar um livro. Você já sentou com uma pessoa negra para ouvir a história que ela ou ele têm para contar? Este é o #NossasRiquezasPretasJF, um projeto antirracista do Instituto Autobahn que tem como objetivo destacar os expoentes negros do município de Juiz de Fora e legar exemplos positivos de sucesso de pessoas pretas para as futuras gerações. Iniciado em 2023 com o formato de coluna na RCWTV. A série Nossas Riquezas Pretas de Juiz de Fora que vai virar um livro. Iniciado em 2023 com o formato de coluna na RCWTV, já foram publicadas 32 reportagens contando as trajetórias de luta e sucessos. Acompanhe na foto abaixo da esquerda para a direita e de cima para baixo e leia os resumos na sequência do texto depois das fotos.
#001 Dr. Carina Dantas é graduada em Direito e pós graduanda em Direito do Trabalho. Membro OAB/JF, além de professora é empreendedora, palestrante, líder de movimentos em prol de pretas e pretos e presidente da comissão da verdade da escravidão negra no Brasil e combate ao trabalho escravo moderno da OAB/JF.
#002 O historiador, professor e poeta Antônio Carlos Lemos publicou o livro “A devoção a Santo Antônio em Juiz de Fora – O Santo Fujão” e o livro “A Lenda do Moro da Boiada”. Seu primeiro livro resultou da pesquisa apresentada ao departamento de Ciência da Religião da UFJF do curso de mestrado, que teve como objetivo desenvolver uma investigação em torno da introdução da devoção a Santo Antônio no Município.
#003 Em 1983 durante a ditadura militar, Geraldeli Rofino já era um líder comunitário Raiz. Teve contato com o PCdoB, ainda na clandestinidade, mas logo em 1985, durante o Governo Sarney, o Congresso aprovou a Legalização dos Partidos. Em 1986 Geraldeli entrou na UFJF no curso de história em período de intensa mobilização política.
#004 Para Sérgio Félix é necessário começarmos com um processo de reparação histórica junto à população negra, pois ainda vivenciamos casos de racismo explícito e o pior, vivemos em uma sociedade fundada em uma hierarquia racial. Ele luta por políticas públicas que sejam realmente efetivas e tragam uma possível equalização de valores.
#005 Fernando Eliotério é compromissado com a Saúde Pública. O único da família a ter graduação, as vezes diante de comentários racistas evita responder ou se “faz de bobo” para evitar brigas e maiores confusões. Isso releva os atos de pessoas que ainda não compreendam o que estavam fazendo: “é racismo estrutural na pele”.
#006 O jornalista Maurício Oliveira acredita que o racismo estrutural é cruel, pois está inserido e disfarçado nas entranhas na sociedade. Esse mal assola a sociedade e é necessário desconstruirmos essa ideia de que os negros nasceram apenas para servir e ocupar posições de pouco destaque.
#007 O jovem Ademir Fernandes é um Exemplo de Superação pelo Saber. A mãe alcoólatra deixou marcas no menino que desde cedo foi forçado a trabalhar para sustentar a família. Com sua força interior cursou Gestão de Recursos Humanos e hoje o empresário é figura exemplar que rompeu as pressões do sistema.
#008 Graças às bênçãos das Deusas Gilmara Mariosa é um elo forte de uma corrente abençoada. Escorpiana, filha de Oxum, neta de Maria Luiza, filha de Léa, mãe de Luanda Mariosa Paulino, filha da Mãe de Santo Geralda Dofona de Oyá, está conectada com a natureza. Luta contra o apagamento da ancestralidade pela narrativa oficial.
#009 Para o compositor Batista Coqueiral o Samba é uma escola e não é coisa só de preto não. A escola de samba desenvolve projetos de educação, esportivo e atualmente já assumiu um papel importante dentro da sociedade, ajudar as comunidades e luta forte contra o racismo.
#010 Com uma trajetória dedicada à escola Cátia Rosa é dolorido ver crianças negras privadas das referências necessárias para uma identificação positiva e permanente com sua negritude”. Sua missão de vida foi tornar-se uma educadora para ajudar a formar pessoas críticas e reflexivas, que respeitem e explorem a riqueza das diferenças.
#011 A jornalista Eliane Moreira luta pela visibilidade negra. Ela cresceu sem ter uma única mulher negra na igreja para se inspirar, mas começou a se posicionar quando se descobriu negra. O preto não nasce sabendo que é negro, na verdade vai se descobrindo.
#012 O jornalista Antônio Hora é o relato vivo de uma trajetória de luta e resistência vitoriosa. Menino pobre e negro foi criado na periferia de Volta Redonda, onde a inocência é perdida de uma forma brutal, pretas e pobres. Esse guerreiro negro não tolera o impedimento e contra o apagamento: “não nos apagarão jamais”.
#013 A poeta Ana Torquato vive com sua escrita quebrando as correntes dos ancestrais. Era uma menina sonhadora e teimosa e hoje é membro da Academia de Letras da Manchester Mineira, graduada em Ciências Humanas e pós graduada em Gestão de Pessoas.
#014 Alessandra Benony é implacável contra violências e injustiças. Enfrentou os abusos e o racismo que uma mulher preta sofre e hoje advogada criminalista, integrante de vários movimentos de defesa da mulher e integrante do grupo de Juristas Negras do Brasil.
#015 Nossa Embaixadora da Bossa Sil Andrade é para o município de Juiz de Fora um verdadeiro Cartão Postal Digital com seu chapéu democrático aos pés da artista e tocando em pé em cima de seu tradicional tapetinho amarelo.
#016 O radialista Joubertt Telles busca a excelência na arte de informar. Como homem negro respeita seus ancestrais e não deixa que essa memória se perca. Para ele é preciso zelar, crer, respeitar e amar nossa ancestralidade. Juiz de Fora deve muito aos negros, pois nós ajudamos a construí-la.
#017 O menino Edinho Negresco tinha tudo para se tornar mais um negro, jovem, pobre, periférico e homem a ser preso, como a maioria da população carcerária do Brasil. Renasceu como o artista, compositor e cantor Edinho Negresco e com sua música se tornou um verdadeiro fênix social e artístico.
#018 O escritor Denilson Bento era uma criança pobre e negra. Se formou, escreveu um livro de poesia periférica, criou o Projeto Dmult Literário com palestras nas quebradas. Seu excelente trabalho de conscientização quer mesmo é a mudança de paradigma dos jovens da periferia.
#019 Exemplo de caráter para as futuras gerações o jovem modelo profissional Digo Alves sofreu muito racismo estrutural com sua transição capilar e bissexualidade, mas para ele era muito mais importante se afirmar como personalidade e vencer.
#020 Mulher, preta, lutadora, resiliente e politizada, Suely Gervásio é uma verdadeira guerreira em defesa do social. O segredo de tantas conquistas? Nunca foi sorte. É com Deus que ela sempre entra na luta pela valorização da saúde e buscando sempre o melhor para sua comunidade e categoria.
#021 A conselheira tutelar Tânia Black mostra muita competência contra o racismo. A filha de empregada doméstica leva o nome de guerra Tâniaafro em um mundo que milhares de negros não sobreviveram e lá está ela lutando pela nossa gente contra o apagamento social.
#022 O vereador Jucélio Maria tem uma trajetória marcada de compromisso e comprometimento. Militante, professor, educador social e poeta é um ser altamente politizado. O racismo estrutural fez estragos e comprometeu a inserção e ascensão dos negros. Essa é sua luta.
#023 O sindicalista Robson Marques era um negro periférico que com o dinheiro do pagode e da marcenaria conseguia pagar o ônibus para não ter que ir a pé para a escola. Sua liderança mostrou uma resiliência invejável para quem veio da periferia e ascendeu até chegar ao doutorado.
#024 A empresária Lucimar Brasil re-descobriu suas raízes depois de incríveis 42 anos desconectada com suas origens afrodescendentes e memórias da sua ancestralidade. Ela que já experimentou a solidão da cor é hoje uma antirracista com ampla consciência de si mesma.
#025 A história da poetisa Dagna Costa não seria diferente de outras mulheres pretas num país racista: sofrimento, impedimento, invisibilidade e massacrada. Sua luta é por igualdade de oportunidades para os negros e sonha em amenizar até exterminar a barbárie do racismo.
#026 Gilmara Santos atua lutando contra o apagamento da ancestralidade dos negros no Brasil e o silenciamento de forma positiva, isto é, passando para as alunas e os alunos desse bairro periférico mais do que seus conhecimentos acadêmicos.
#027 Jorge Silva é uma mistura fina de Poeta e Cantautor, em 2022 criou a Banda Soul Jorge e em um dos Encontros dos Compositores de Juiz de Fora deste ano, participou com a artista Sil Andrade e muitos outros.
#028 Jorge Júnior. acredita na informação como Caminho da Transformação. Suas qualidades jornalísticas o levaram a trabalhar na coluna social mais famosa da cidade como jornalista da Coluna Cesar Romero.
#029 Sandra Silva tem uma missão e segue unindo mulheres contra o racismo. A simpática Sandra começou a entrevista afirmando que seria impossível falar dela mesma antes de falar de sua ancestralidade, e que: “eu considero minha mãe a base de tudo que eu tenho hoje na vida.
#030 A contadora e encantadora de histórias Vanda Ferreira é conhecida pela personagem Odara Dandara, ela é polivalente, escritora, atriz, professora. recebeu em 2022 a Medalha Pedro Nava da Câmara Municipal de Juiz de Fora, a honraria é um incentivo à produção literária, à recuperação da memória e fomento à leitura.
#031 Lidianne Pereira espera que doa menos do que doeu nela e que os jovens negros sejam mais sábios e menos cansados. Ela concluiu sua biografia como a de muitas negras: “para ser bem sincera, mulher negra é outra história”, e mostrou aquele seu sorriso de felicidade.
#032 O autodidata Gerson Martins se considera abençoado por Deus. Hoje o multitalentoso e polivalente é empresário da Chamas Record, administrador, cantor, produtor musical, compositor, músico, vocalista, cinegrafista, editor de vídeo, etc. Sucesso profissional, social e familiar.